A Grande Arte

O segredo de A Grande Arte está na competência técnica de Rubem Fonseca, capaz de prender o leitor com uma narrativa repleta de reviravoltas e situações inesperadas.
Seu narrador se revela um apaixonado pelas mulheres, não conseguindo se fixar em uma única relação, trata de se equilibrar entre umas e outras com razoável desembaraço até certo ponto da estória.
Os crimes em A Grande Arte são descritos nos mínimos detalhes, eles permeiam toda a estória, apresentando pistas que gradativamente revelam para o leitor as motivações e a personalidade de seus personagens.
Rubem trabalha com extremo requinte, estrutura a sua narrativa a partir do ponto de vista de Mandrake, um advogado esperto, essencialmente humano, que expõe virtudes e fraquezas na forma de se relacionar com as mulheres e o mundo que o cerca.
O aprendizado de Mandrake no manejo das facas, serve de mote para uma requintada exposição de modelos e golpes que ao longo da estória vai adquirir um importante significado.
O livro, cortante como as facas que descreve, leva o leitor a refletir sobre a realidade nos grandes centros urbanos onde cenários e personagens se misturam produzindo uma grande confusão entre interesses aparentemente diversos.

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