Morre o antropólogo Claude Lévi-Strauss

Da Agência Brasil

Brasília - A Académie Française (Academia de Letras da França) anunciou hoje (3) que o antropólogo Claude Lévi-Strauss morreu na madrugada de domingo (1) em Paris, segundo a agência de notícias Telam. Ele estava com 100 anos e faria aniversário no próximo dia 28.

Lévi-Strauss foi um dos nomes mais importantes da antropologia e tinha uma ligação especial com o Brasil, onde viveu entre 1935 e 1939. A Universidade de São Paulo (USP) contratou um grupo de professores para o que foi chamado de Missão Francesa.

Nomes como Pierre Monbeig, Roger Bastide, Fernand Braudel e Lévi-Strauss se mudaram para São Paulo com o objetivo de montar os cursos nas áreas de ciências sociais. O relato dos estudos feitos pelo pesquisador durante esse período está no livro Tristes Trópicos, lançado por Lévi-Strauss em 1955.

O antropólogo costumava dizer que o que o convenceu a se mudar para o Brasil foi a informação de que havia índios nos "arrabaldes [da cidade de São Paulo]" e que ele poderia "dedicar-lhes os seus fins de semana”. A realidade era outra, como veio a descobrir.

Lévi-Strauss viajou a Mato Grosso para visitar povos indígenas que foram fotografados por ele e tiveram registradas suas formas de vida. De volta à Europa, o antropólogo desenvolveu sua carreira e realizou diversos trabalhos sobre a “estrutura dos mitos”


Comentário - A influência de Claude Levi Strauss na antropologia brasileira pode ser encontrada na obra de intelectuais como Fleorestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e  Roberto DaMatta,  considerado 'pai da antropologia moderna' e fundador da antropologia estruturalista, Lévi-Strauss introduziu novos conceitos de comportamento e pensamento.
Em seu livro O que faz o Brasil, Brasil,  Roberto DaMatta promove um ensaio sobre o cru e cozido  na realidade  brasileira remetendo para as observações de Lévi-Strauss sobre como os nativos da Amazônia faziam distinções entre alimentos cozidos e assados.

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