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Refletindo uma tendência geral da economia brasileira, as empresas brasileiras de mídia nunca lucraram tanto, logo, fica dificil entender por que tanta animosidade com o PT, acusado de propor medidas restritivas ao trabalho da imprensa, como a democratização da comunicação e o controle social da mídia. Ou será que a visão pragmática de seus estrategistas entendem o partido dos Trabalhadores como um potencial inimigo de seus interesses?

Durante os anos de chumbo,algumas empresas de mídia, acumularam reservas para tempos de crise. Não uma crise estrutural da economia mas a crise que ameça o modelo de negócios de tradicionais corporações, apoiadas nas trocas de favores e concessões públicas de prazo longo, na prática indefinido. Seja no impresso, seja no audiovisual, o crescimento da internet e a sua capacidade de convergir meios, eleva o grau de complexidade e de imprevisibilidade de seus empreendimentos.

A conjuntura econômica e política aliadas ao crescimento das vendas de computadores, aumentaram a possibilidade de maior participação e protagonismo popular, tais condições permitem o surgimento de um novo consumidor de informação, ativo e crítico, capaz de intervir nos rumos da comunicação, de participar de encontros e conferências e discutir seus direitos.

Assim sendo, o posicionamento de O Globo e seus parceiros, reforçado pelo seminário promovido pelo Instituto Milenniun, confirma que uma disputa ideológica está em curso e que pela primeira vez em muitas décadas estes autênticos impérios sentem seus interesses ameaçados pelas iniciativas da sociedade mais atenta e organizada.

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