Saúde

            Hipertensão: sódio é inimigo invisível
               
             
Médicos recomendam a verificação regular da pressão



Segundo o Ministério da Saúde, o percentual de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial cresceu de 21,5%, em 2006, para 24,4%, em 2009. Os dados se referem ao levantamento anual do Ministério da Saúde e retratam uma realidade preocupante.

A alimentação inadequada e o sedentarismo são aliados das doenças cardiovasculares. Quem costuma comer carne com gordura, deixa de lado alimentos saudáveis e não se exercita é forte candidato a ter pressão alta" afirma coordenadora do Programa Nacional de Hipertensão Arterial e Diabetes do Ministério da Saúde, Rosa Maria Sampaio.

A pesquisa feita com 54 mil adultos aponta que a prevalência da doença, de 20065 a 2009, aumentou em todas as faixas etárias, principalmente entre os idosos. Atualmente,63,2% das pessoas com 65 anos ou mais sofrem do probleme contra 57,8%, em 2006.Em São Paulo o percentual de hipertensos na população é de 26,5%, no Rio este número sobe para 28,0%.

A hipertensão é diagnosticada quando a pressão arterial é igual ou superior a 14 por 9. A doença é causada pelo aumento na contração das artérias para fazer o sangue circular pelo corpo. Esse movimento acaba sobrecarregando vários, como coração, rins e cérebro. Se a hipertensão não for tratada, algumas das complicações são: entupimento de artérias, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto.


O consumo excessivo de sódio deve ser evitado


O grande vilão no aumento da pressão arterial é o consumo excessivo do sódio, nos Estados Unidos mais de 100 mil mortes anuais são atribuídas ao consumo excessivo de sódio.No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o brasileiro ingere cerca de 30 gramas de sal por dia (12 gramas de sódio), quando deveríamos ingerir, no máximo, 12 gramas de sal (5 gramas de sódio).

Segundo a endocrinologista Ellem Simone Paiva, diretora do Centro Integrado de Terapia Nutricional (Citen)," as necessidades diárias de sal estão relacionadas às necessidades de sódio e elas são facilmente alcançadas sem a adição de sal no preparo dos alimentos, pois uma dieta normal já contempla os 500 mg de sódio necessários ao organismo, entrados naturalmente nos alimentos".

O sódio está presente na maioria dos alimentos industrializados. Do pão integral ao refrigerante e até mesmo os sucos artificiais em pó. Os campeões são os embutidos- presunto, salme, mortadela, salsicha- e defumados, os caldos concentrados e temperos protntos, as sopas instantâneas, os salgadinhos industrializados em pacotes, os queijos amarelos, os pratos prontos congelados e as conservas.

Ellem Paiva acredita que a solução para o problema esteja na definição de políticas públicas de saúde direcionadas para grandes grupos populacionais, neste caso, elas são mais eficazes dos que atitudes isoladas e orienteações individuais. Onde essas políticas são adotadas há uma redução da mortalidade, as campanhas educativa de trânsto e a obrigatoriedade do cinto de segurança demonstram como tais politicas podem reduzir a mortalidade em acidentes automobilísticos.

Outro exemplo de iniciativas que combatem o uso excessivo de sódio pode ser identificado na aliança entre organizações de saúde e grandes cidades, lideradas por Nova York, inicaram uma campnha pela redução de 20% na ingestão de sal, pelos americanos, em 5 anos, e de 40%, em 10 anos.

Para alcançar essas metas, a quantidade de sódio dos alimentos processados e empacotados deverá ser reduzido em 25%, em 5 anos, e em 50%, em 10 anos.Surpreendentemente, muitas indústrias alimentícias já se adequaram às normas e a maioria dos alimentos à venda já atende às novas determinações.


Medidas como essa, podem inspirar as autoridades brasileiras na área de saúde. Mudar hábitos alimentares não é fácil, a cultura da fast food está impregnada entre os brasileiros,entretanto, é preciso enfrentar este problema combinando ações educativas e compromisso público dos fabricantes na redução da quantidade de sódio nos alimentos. Deste modo será possível virar o jogo contra a hipertensão arterial que aflige milhões de brasileiros.

Fonte: Ministério da Saúde.

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