A eleição do Conselho Municipal de Cultura, nesta sexta-feira, dia 6 de agosto mobiliza artistas, produtores e público de Niterói. A cidade, reconhecida como centro de produção cultural, reclama da ausência de políticas públicas que garantam investimentos no setor.
É neste contexto que os ativistas culturais da cidade manifestam a importância da participação popular no Conselho. Leiam a seguir artigo do jornalista Fernando Paulino sobre as eleições do Conselho.
Rumo a um Conselho
democrático e participativo
Fernando Paulino
Nesta sexta-feira, dia 6 de agosto, Niterói estará escolhendo um novo Conselho Municipal de Cultura. Será a grande oportunidade que nós teremos para decidir o que desejamos para as políticas culturais da cidade.
É do conhecimento geral que a maioria das decisões políticas em nosso Município parte da vontade exclusiva da Prefeitura, que costuma destinar suas verbas segundo suas próprias deliberações, sem consulta mais ampla da sociedade civil.
No âmbito da cultura, não é diferente: as políticas culturais são mal formuladas e escassas e costumam atender a grupos culturais ligados aos interesses da própria Prefeitura. Em Niterói, esse processo é claramente percebido pelos artistas, agentes culturais e membros da população em geral. Uma região que é nacionalmente conhecida pela qualidade de seus músicos, artistas plásticos, escritores, atores é, paradoxalmente, um lócus de estagnação cultural ou, como se diz popularmente, “Niterói não tem nada pra fazer!”.
As pessoas da cidade que vivem de arte e cultura sofrem com a falta de emprego, pois não há investimento na economia cultural e não há espaços adequados para a divulgação dos trabalhos e para o aproveitamento e criação de público nesse setor.
Entretanto, atualmente, a questão cultural vem ganhando grande destaque no âmbito nacional e se consolida nos estados e municípios brasileiros a ampliação de verbas para o setor, o que pode ser visto na abertura de editais, projetos culturais, criação de pontos de cultura etc.
O Conselho de Cultura de Niterói, para nós, é uma grande possibilidade que se abre a uma participação mais direta da população nos assuntos de interesse coletivo. Sem pressão da sociedade, questões como Espaço Cultural Cantareira, Cine Icaraí, preservação de clubes sociais contra a especulação imobiliária, controle de verbas públicas para o setor, entre outros pontos, continuarão sem solução. É por isso que nós apostamos firmemente na construção de um novo Conselho de Cultura, autônomo, democrático, popular e desatrelado do Poder Executivo.
Porém, para isso acontecer, é preciso estarmos em peso nesta sexta-feira na Câmara dos Vereadores.
Para votar ou ser votado, o primeiro passo é se credenciar na Câmara dos Vereadores, na própria sexta, entre 9h e 11h. No ato de credenciamento, você escolhe qual Câmara Setorial pretende participar.
Na parte da tarde, a partir das 13h30, as Câmaras Setoriais se reúnem simultaneamente, discutindo propostas para os seus segmentos e, em seguida, escolhem dois conselheiros – um titular, um suplente.
Contamos com o seu apoio.
Movimento pró-Cultura de Niterói
Agosto 2010
Fernando Paulino é jornalista
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