Diversidade e pluralidade

Longe das tentativas da velha mídia brasileira, que tenta desesperadamente vender a imagem de crise permanente, a maioria da sociedade brasileira parece que não se deixa mais influenciar pelos ditos formadores de opinião.Nas últimas semanas, alguns veículos de imprensa iniciaram uma articulação midiática com o objetivo de enfraquecer a candidatura de Dilma Rousssef à presidência da República.

A estratégia é simples: uma revista de circulação nacional publica reportagens escandalosas, jornais repercutem a matéria, antecipando o julgamento e a condenação de figuras públicas.

Neste contexto, a televisão tem um papel importante, presente em mais de 95% dos lares brasileiros, ela chega onde nenhum jornal é capaz de chegar e distribui informações onde nem sempre o contraditório terá vez.

Um fenômeno curioso, no entanto, ocorre nestes novos tempos digitais: a queda na vendagem de jornais e revistas e a perda gradativa de audiência das emissoras de televisão em contraponto ao número crescente de usuários das novas mídia digitais.

A Internet cresceu no Brasil e joga um papel importante na disputa eleitoral, neutralizando factóides plantados pela imprensa e mesmo na luta interna travada nas redes sociais, onde ataques sem provas são prontamente respondidos pelos atentos internautas.

A velha mídia acusou o golpe, mesmo com enfoque distorcido, teve que noticiar o ato contra o golpismo midiático realizado em São Paulo e reconhecer a importância dos blogs na mobilização da sociedade.

O candidato da oposição conservadora , por sua vez, usou de uma retórica agressiva contra o que ele denominou de "blogs sujos". Não estava no roteiro dos conservadores brasileiros , o surgimento de uma blogosfera crítica e atuante capaz de desmonstar argumentos fajutos em tempo real.

 Diga-se de passagem que a reação do candidato tucano está diretamente relacionada ao crescimento dos blogs e dos movimentos sociais em defesa da democratização da mídia, na qual destacamos  exemplos como o Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas e seus desdobramentos como o  #Rioblogprog que reúne blogueiros e intenautas  do Estado do Rio de Janeiro.

Para compreender as intenções da velha mídia é preciso desenvolver habilidades como ler nas entrelinhas ou a capacidade de entender sinalizações. Um exemplo é a revista Época desta semana, em reportagem de capa discute o fenômeno "Tiririca" como retrato do futuro Congresso Nacional. No entanto, o que eles escondem é o temor de uma derrota gigantesca na Câmara Federal.

O que eles não dizem é que por trás de toda a fumaça contra o chamado "controle da mídia" está o receio de quebra da "reserva de mercado" destas verdadeiras capitanias hereditárias da comunicação no Brasil. O surgimento de mais e melhores mídias será consequência das lutas sociais em curso no país.

É isso que faz a velha mídia tremer dentro de sua aparente fortaleza, ela sabe que neste governo os movimentos sociais encontraram respaldo para suas reivindicações, que a Conferência Nacional de Comunicação deixou um saldo de propostas que serão encaminhadas para este novo Congresso e que o tempo de sua hegemonia está no fim.

O útlimo vestígio do autoritarismo, como bem identificou Miguel do Rosário, enfrenta uma nova opinião pública, capaz de filtrar, avaliar e desconfiar das informações publicadas pela velha mídia. O leitor e espectador passivo deu lugar a um internauta crítico e ativista que não mais  se baseia na informação produzida em único meio mas que procura averiguar os fatos em outros canais.

Portanto, após a eleição, a pauta de "pés trocados" da velha mídia terá que ser substituída por uma agenda que noticie todos os pontos da realidade sob os mais diversos enfoques, não mais, exclusivamente, a lista  de fatos negativos, quase sempre mal apurados, mas uma gama mais abrangente de acontecimentos que traduzam a verdadeira realidade do país.

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