Após acompanhar a palestra de Elis Monteiro na Estácio Niterói, passei a refletir sobre três pontos pouco discutidos pelos candidatos neste 2º turno: comunicação, cultura e tecnologia, propostas que poderiam contribuir para nortear a escolha do eleitor. Mas o processo eleitoral foi dominado pela troca de acusações, deixando pouco espaço para uma reflexão política sobre o futuro da nação.
Espaço frequentado por um número crescente de brasileiros, a Internet através das redes sociais serviu de laboratório para o rebaixamento do discurso político, centrando a discussão do 1ª turno em boatos e mentiras que escaparam do ambiente virtual e alcançaram as ruas, prejudicando as discussões sobre os projetos eleitorais.
Projetos que mereciam aprofundamentos, informações detalhadas e discussões mais elaboradas, no entanto, o que se viu foram apresentações de rascunhos, sínteses, resumos e propostas que ficaram na superfície e deixaram no eleitor a sensação de vazio político.
Não existe momento mais apropriado para o debate do que a eleição, infelizmente, parte da mídia transforma o que deveria ser uma discussão de idéias em uma disputa dura de oponentes, um Fla-Flu esvaziado de informações relevantes.
No fundo, a discussão sobre mídias digitais provoca o debate sobre a democratização da comunicação no país: o poder concentrado de 8 grupos empresariais encontra a resistência organizada de blogueiros e internautas capazes de oferecer em tempo real versões diferentes das apresentadas pela mídia convencional.
Não há dúvida que a mídia convencional tem candidato, O jornal O Estado de S. Paulo teve, pelo menos, o mérito de assumir sua preferência pelo candidato tucano, os demais se escondem em nome de uma falsa neutralidade, o mais grave é que estas empresas tem concessões públicas de rádio e televisão e utilizam este espaço para atender os seus interesses privados.
Logo, não surpreende a tendência observada de desconstruir a candidata do PT, pois o atual governo atendeu as pressões dos movimentos sociais e realizou a I Conferência Nacional de Comunicação, onde discussões e propostas sobre concessões públicas e propriedade cruzada dos meios de comunicação foram aprovadas.
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