Não resisti ao diálogo entre jovens eleitores no Facebook e apresentei meus argumentos, em um momento eleitoral de extrema importância para o futuro do país, não podemos deixar que a intolerância e a desinformação prevaleçam.
Em tudo que é publicado pela velha midia observamos uma tendência ao reducionismo, na prática somos apresentados aos fragmentos da notícia, matérias são redigidas fora do contexto e dados importantes são descartados para desespero dos que buscam informação relevante.
Neste sentido,somos obrigados a desmontar a rede de mentiras construída pelas grandes corporações e multiplicada pelas redes sociais, lista de discussões e emails. É preciso dizer com todas as letras " Fukuyama errou: a história não acabou. Direita e Esquerda continuam existindo, estes conceitos continuam representando concepções políticas distintas sobre a realidade .
Portanto me desculpem os jovens que discutem política na Internet e que afirmam que os políticos são iguais, isto é uma invenção da direita para nivelar por baixo os que pensam diferente. Neste caso, precisamos do conhecimento histórico para entender as relações de poder neste país.
A eleição do modo como é disputada, parece um torneio para saber quem é mais competente para dar conta dos desafios que este país precisa, no entanto, não estamos decidindo entre herdeiros de FHC e Lula, nem ao menos se alguém é mais ou menos simpático, estamos discutindo concepçções políticas, visões de mundo e propostas para o futuro do país.
Na verdade, estamos diante de dois projetos distintos: o representado pelo candidato tucano José Serra, que defende o Estado Mínimo e suas consequências: desemprego, arrocho salarial, venda de patrimônio público e submissão aos interesses do mercado e o representado pela candidata Dilma que entende o Estado como indultor do desenvolvimento econômico e responsável por políticas sociais que, no caso do Brasil, promoveram o resgate de 28 milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha de pobreza e propiciaram o ingresso de 36 milhões de pessoas para a classe média.
No dia 31, seu voto é um passaporte para uma viagem: podemos escolher o passado, voltar aos tempos de FHC e retroceder com os indicadores obtidos no atual governo ou seguir em direção ao futuro, garantindo a continuidade das mudanças iniciadas pelo presidente Lula.
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Neste caso, o tratamento quase matou o paciente de inanição: aumento da dependência externa, arrocho salarial, desemprego, aprofundamento das desigualdades sociais, foi a herança que o PSDB deixou para o governo seguinte.
Se observarmos com atenção, veremos que não existe semelhança de propostas e comportamentos entre tucanos e petistas, um reverencia o mercado e defende o Estado Mínimo, o outro inverte prioridades, investe no social e defende o Estado forte, regulador e propulsor do desenvolvimento econômico.
Preocupações éticas devem nortear os partidos, mas devemos tomar cuidado com aqueles que assumem o discurso da moralidade e conspiram contra a democracia como fazia a antiga UDN, ancestral do PFL e seu sucedâneo, o DEM.
No que se refere aos meios de comunicação, Dizer que há diversidade na mídia, é desconhecer a vergonhosa concentração dos meios de comunicação nas mãos de meia dúzia de famílias, não há diversidade, mas uma frágil concorrência que cessa quando o interesse comum destas empresas é ameaçado.
A vitória do projeto representado por Dilma, ameaça a estabilidade destas empresas, pois a regulação das telecomunicações no Brasil, está atrasada há pelo menos 50 anos.
Quanto ao comportamento diferenciado, observe o comportamento e a sincronia dos jornais O Globo, Folha e o Estado de S.Paulo, de revistas como a Veja e da Rede Globo e Bandeirantes nesta eleição, atente para a primeira página de O Globo e o tratamento diferenciado entre os candidatos. Escândalos de sobra e pauta negativa para Dilma, nenhuma matéria constrangedora para Serra, denúncias sobre Paulo Preto e outros temas delicados para os tucanos são simplesmente ignorados.
O que a velha mídia teme é o fim dos privilégios e da falta de controle social sobre concessões públicas de rádio e TV, concessões que são renovadas automaticamente sem que a sociedade acompanhe e se manifeste.
No futuro, podemos sonhar com uma abertura do setor, com mais e melhores mídias refletindo a diversidade brasileira e cumprindo com o princípio constitucional de programações voltadas para a educação e cultura.