Adeus Zé

José Alencar (foto:Agência Brasil)

Pemita-me José Alencar, chamá-lo carinhosamente de Zé, sem protocolos, sem as formalidades devidas a um vice-presidente, mas que limitariam a nossa conversa ao pé do ouvido, uma conversa simples,  à mineira,  sobre amenidades, sobre histórias boas de quem ama a vida mas também sobre a política, esta arte que os homens, donos da mídia, fazem questão de diminuir, mostrando o lado nada exemplar de figuras que não sabem honrar a vida pública.

Uma conversa descontraída, como foi a entrevista que você concedeu em 2010, no aniversário do Estúdio I, na Globo News. Confesso que me surpreendi com a simpatia, a simplicidade e o modo informal como o convidado se comportou, mas era natural pois a descontração é a marca do programa.

Pois é Zé, você ajudou a dignificar  a política, deixando um exemplo de ética e seriedade, ética diferente dos discursos de quem hoje prega a moralidade mas  se esbaldou na ditadura com as benesses do poder autoritário,agora estes mesmos senhores, se apresentam como guardiões de nossa democracia, regime construído com sangue, suor e lágrimas por gente honesta, valente e justa,  certamente, os poderosos midiáticos não se enquadram neste grupo.

Você se enquadra Zé, porque no momento exato, quando este país mas precisou você não falhou, compôs com o metalúrgico Lula, a mais completa tradução da aliança entre capital e trabalho que esse país já viu, união que permitiu a afirmação de um projeto de nação soberana, independente e democrática. Sem você, tudo seria mais difícil, você ajudou a desmontar preconceitos e a enfrentar as armadilhas deixadas pelos adversários de um governo popular e democrático.

José Alencar compreendeu o poder da política, sincero, se comunicou diretamente com o povo com a mesma naturalidade de seu amigo Lula, alcançou o respeito de todos e deixa o exemplo de uma vida dedicada à luta por um Brasil mais justo e democrático.

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