O mundo conectado pede democracia real

As manifestações que acontecem ao redor do mundo podem surpreender os mais desatentos, mas os sinais de que alguma coisa diferente estava acontecendo na velha ordem mundial foram emitidos desde o fim do ano de 2010, quando as populações de países como Tunísia e Egito se rebelaram, no movimento que foi denominado de Primavera Árabe, contra o poder de antigos regimes ditatoriais,

Mas o que parecia ser um fenômeno restrito a países dominados por regimes autoritários, alcança a Europa no centro de uma crise econômica que coloca em xeque o modelo econômico e político, em países como Grécia, Inglaterra e Espanha. É no país ibérico que surgem as primeiras manifestações de massa com centenas de milhares de pessoas ocupando as principais praças das grandes cidades.

A organização horizontal surgida e alimentada por redes virtuais de comunicação inserem práticas políticas de consulta permanente em um exercício de democracia direta que contrasta com a fórmula representativa em que mediadores eleitos encaminham as demandas de seus representados. A ocupação em territórios fixos com seus acampamentos exige dos manifestantes um processo de organização que contempla entre outras tarefas, limpeza, alimentação, segurança e a comunicação dos ativistas.

Atendendo ao chamado dos Indignados, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo parecem provar o caráter não transitório de suas manifestações, a simples existência de territórios fixos montados em espaços públicos nas metrópoles das grandes cidades atesta o estabelecimento de um movimento que se quer permanente, democrático e global. Sua força reside na massificação de dispositivos móveis, na apropriação das tecnologias abertas, no desenvolvimento de aplicativos, na transformação de ideias originais adaptadas aos interesses dos usuários , um exemplo de apropriação pode ser encontrado no twitter, onde a pergunta original sobre o que o usuário estava fazendo foi ampliada como oportunidade para ligar páginas e conteúdos relevantes.





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