Ballet de Niterói: dançando na intolerância

O constante cuidado com a imagem  é um dos aspectos que mais preocupam os gestores políticos, a produção incessante de notícias positivas servem para amenizar a pressão cotidiana de demandas sociais não atendidas. Nem sempre governantes contribuem para manter uma agenda de realizações, a situação se agrava se a relação com os movimentos sociais for de conflito e a disposição para o diálogo for inexistente.

Domingo teve show de Milton Nascimento e Susana Baca na Praia de Icaraí e muita gente só ficou sabendo do espetáculo depois da apresentação. Não faltaram críticas sobre a fraca divulgação da Prefeitura de um show que reuniu um dos maiores talentos da MPB e a ministra da Cultura do Peru, a decepção  só não é maior do que o sentimento de perda com a decisão do governo municipal de fechar a Cia de Ballet de Niterói.

A medida do prefeito Jorge Roberto Silveira foi uma reação aos protestos dos bailarinos niteroienses feitos logo após uma apresentação na Praia de Icaraí, a resposta  veio em forma de exoneração da diretoria do Corpo de Ballet e a decretação de férias coletivas para os funcionários da Companhia. No episódio, faltou sensibilidade política,  sobrou ressentimento. 

Enquanto isso, o Encontro com a América do Sul, evento capaz de gerar mídia positiva foi abafado pelos erros da administração municipal. Prevaleceu a agenda negativa dos conflitos que poderiam ser resolvidos caso houvesse disposição para o diálogo e o mínimo de bom senso dos administradores municipais.

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