O PARAGUAI E A DEMOCRACIA RELATIVA DO PIG



A crise no Paraguai está servindo para evidenciar o quanto é relativo o conceito de democracia para alguns intelectuais e articulistas, quase todos ligados a interesses midiáticos e políticos,  próximos dos grupos que sustentam a visão neoliberal de estado mínimo e do mercado máximo.


O Contorcionismo político exibido para encobrir o que de fato aconteceu em Assunção, não tem outro nome, é golpe. Ao comparar o processo paraguaio com o que afastou Collor da presidência brasileira,  seus defensores praticam desonestidade intelectual. O cinismo é tanto que chegam a justificar a quartelada hondurenha contra  Zelaya.

As novas formas de manifestação política, impulsionadas pela Primavera Árabe e amplificadas com os movimentos de ocupação, na Europa e Estados Unidos,  não substituem a representação convencional e dificilmente substituirão. Os dispositivos digitais que disseminaram  a informação, são ferramentas mas não dispensam os mecanismos institucionais de representação, em um mundo diversificado, de relações complexas, tais instrumentos se fazem cada vez mais necessários, embora necessite de ajustes que ampliem a participação popular.

Portanto, não é razoável apresentar a deposição de  um presidente eleito como ação institucional respaldada pela maioria conservadora  do congresso paraguaio. O rito sumário é a face mais visível desta conspiração e a reação dos países do Mercosul expressa um inegável consenso na condenação ao golpe e de exigência à vontade soberana do povo que elegeu Fernando Lugo.

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