Dois artigos, publicado na internet nos últimos meses,
discutem o processo de mobilização pelas redes e suas influências nas chamadas
"revoluções de veludo".
No vi o Mundo,Julie Lévesque repercute novo estudo divulgado
pelo Conselho Mediterrâneo de Estudos de Inteligência (MCIS) que atenta para o
uso dos medias sociais como instrumento de inteligência tática de captação
aberta de informações. A análise, no entanto, vai mais fundo e revela que
ferramentas sociais como Facebook, Twitter e Youtube podem indicar ser usadas
para "promover propaganda, inclusive para criar perfis falsos para dar
suporte a operações secretas".
No site da Pública, matéria de Natália Viana descreve, a
partir de documentos vazados pelo WikiLeaks, o funcionamento de uma organização
que treina oposicionistas pelo mundo afora.
A reportagem acompanha a trajetória da Canvas, organização
sediada em Belgrado, dirigida por ex-líderes estudantis que participaram dos
movimentos que derrubaram o ditador sérvio Slobodan Milosevic em 2000 até seu
envolvimento com oposicionistas de diversos países e suas relações com o
governo e organizações americanas.
Em certo trecho da matéria,
o pesquisador americano Mark Weibrot,
chega a afirmar que tais organizações não estão promovendo a democracia,
na maior parte do tempo, estão promovendo exatamente o oposto.
Diante do crescimento das novas tecnologias, da oferta
ilimitada de informações somos obrigados a questionar interesses e intenções, o
que e quais motivações estão por trás de movimentos rebeldes pelo mundo.
A questão não é cair no maniqueísmo fácil, nem acreditar nas
diferentes versões inspiradas em teorias da conspiração, mas de desenvolver a
capacidade de discernir informações reais de versões e mentiras, neste caso,
jornalistas podem ser indispensáveis, ajudando o leitor a discernir o joio do trigo, sem que
necessariamente, estejam atuando em grandes empresas de comunicação.
A existência de sinalizadores que promovam a conexão de
fatos sob a ótica do compromisso ético com a sociedade pode contribuir para
reduzir os efeitos nefastos do poder econômico e dos interesses corporativos.
Para entender o que
está em jogo neste momento e para aprofundar o debate recomendo a leitura dos
dois links abaixo:
Comentários