"O gasto com a Copa, sendo com estádios apenas 7 bilhṍes e os restantes 21 bilhões com infra-estrutura permanente do país, vão ser remunerados por uma receita que pode chegar a 150 bilhões de reais".
Nas manifestações que tomaram conta do Brasil nos últimos 15 dias, ressaltaram entre inúmeros temas, a realização da Copa do Mundo no Brasil, as críticas ferrenhas, tantos nas ruas, quanto nas redes sociais, mencionavam o desperdício de verbas nas construções das chamadas arenas esportivas. A repercussão das críticas, no entanto, não animaram as autoridades a desenvolver um plano de comunicação que justificasse a Copa no Brasil. O Roberto Ponciano, por conta própria, resolveu explicar, com paciência revolucionária, qual o retorno deste investimento para o conjunto da população brasileira.
Nas manifestações que tomaram conta do Brasil nos últimos 15 dias, ressaltaram entre inúmeros temas, a realização da Copa do Mundo no Brasil, as críticas ferrenhas, tantos nas ruas, quanto nas redes sociais, mencionavam o desperdício de verbas nas construções das chamadas arenas esportivas. A repercussão das críticas, no entanto, não animaram as autoridades a desenvolver um plano de comunicação que justificasse a Copa no Brasil. O Roberto Ponciano, por conta própria, resolveu explicar, com paciência revolucionária, qual o retorno deste investimento para o conjunto da população brasileira.
A
Copa das falácias.
Roberto
Ponciano
Ontem
vi um cartaz que me deixou intrigado: Rocinha não quer teleférico, quer
saneamento básico. Demorei uns dez anos para tentar entender o que tem uma
coisa para outra, porque até no orçamento do Governo, as verbas para saneamento
saem de uma rubrica que não atrapalha e não influencia obras de mobilidade
urbana.
Das
duas, uma:
1)
Ou quem pintou aquela coisa não era da comunidade realmente;
2)
Ou é uma pessoa iludida o suficiente para escrever uma ASNEIRA daquelas.
Ora,
no momento em que a sociedade se organiza por mobilidade urbana, teleféricos
são soluções por demais inteligentes para a topografia da cidade, fico
imaginando alguém que possa ser contra um teleférico numa favela. O cara que
escreve uma asneira destas nunca utilizou o teleférico do Alemão. Perguntem a
algum morador do Morro do Alemão se ele abriria mão do teleférico instalado,
que uniu a Comunidade, do Morro do Adeus, à Fazendinha, com 3,5 quilômetros de
extensão. Às crianças que tem facilidade para ir à escola, os trabalhadores que
tem facilidade de irem trabalhar, as famílias que se unem com o único meio de
transporte que serve à toda a comunidade.
É
muita pretensão desta faixa, que ilustra hoje as manchetes do PIG. Alguém
perguntou à comunidade? Se fizerem um plebiscito na Rocinha e na Providência
perguntando se querem o teleférico, se der um resultado menor que 80%, depois
de um debate sério, eu troco de time.
E
o pior, no momento em que a Rocinha, além do teleférico, vai receber um grande
aporte de investimentos exatamente em rede de esgoto e moradia. Será que os
organizadores do tal evento omitiram isto por desconhecimento ou por pura
má-fé?
Veja
o que está anunciado e está previsto, orçado no PAC: “O Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) 2 terá R$ 2,66 bilhões em investimentos para as
comunidades da Rocinha e para os complexos do Lins e do Jacarezinho. Entre as
intervenções, estão previstas obras de macrodrenagem de esgoto e água,
instalação de rede coletora de lixo, abertura e alargamento de vias, além da
construção de creches e de 475 unidades habitacionais.” - fonte: http://blog.planalto.gov.br/ao-vivo-anuncio-de-investimentos-em-comunidades-do-rio-de-janeiro/
Bem,
vamos sair deste falso paradoxo de Zeno, da tartaruga e de Arquimedes, eu quase
choro de rir quando vejo algumas bobagens que saem nas manifestações sobre a
Copa do Mundo, no pior estilo, “não queremos Copa, queremos saúde e
educação”.
Em
primeiro lugar, “não queremos, quem, cara pálida?”. O nós é um plural
majestático muito pretensioso, quem não quer copa? Os estudantes radicais da
sigla A, B e C? Quem lhes deu o direito de usurpara a vontade popular.
O
Governo deveria fazer um plebiscito, com um debate claro sobre a Copa do Mundo,
de novo ganharia de lavada. Primeiro
porque é novamente uma bobagem teórica opor Copa a Saúde e Educação. Tenho
visto poucos ou nenhum argumento sofisticado com relação a isto. Primeiro
porque o Governo não está retirando verba da saúde e da educação para fazer
Copa do Mundo. Investimento puramente na Copa serão só os estádios, que querem
ou não os anti-copa, também ficarão como legado.
Tirando
os estádios de Manaus, Brasília e Cuiabá, que são elefantes brancos sem viabilidade
financeira para o futebol, todos os outros serão praças utilizáveis após a Copa
do Mundo, o custo total deles (está no portal da Transparência) é de 7 bilhões
de reais em 4 anos!!!! Não chega a dois bilhões por ano, não foram os estádios
que cortaram verbas, nem da saúde nem da educação, veja o quadro retirado do
PORTAL DA TRANSPARÊNCIA. http://www.portaltransparencia.gov.br/copa2014/empreendimentos/investimentos.seam?menu=2&assunto=tema Lá,
muitas pessoas se surpreenderão, que o Brasil gastará apenas 7 bilhões com
estádios e os restantes 21 bilhões serão principalmente com transporte!
Aeroportos,
“mobilidade urbana”, BRTs, VLTs, Metrô, vias expressas que são legados
permanentes indiscutíveis. É divertido ver gente ir para a rua e reclamar sobre
mobilidade urbana, sem saber que os maiores gastos com a Copa foram em...
MOBILIDADE URBANA! Ou seja, é um falso problema, haja vista que estes 21
bilhões gastos com a “Copa do Mundo”, na verdade não foram gastos com a Copa do
Mundo, mas modernizando portos, vias, aeroportos, BRTs, abrindo vias, ampliando
portos. Será que alguém que fica repetindo a cantilena dos “30 bilhões gastos com
a Copa do mundo" tem alguma idéia disto?
Para
terminar, nesta semana o Governo Dilma anuncia mais 50 bilhões em mobilidade
urbana e aprova o projeto para ampliar os gastos com saúde e educação através
dos royalties: 200 bilhões para a educação e 50 bilhões para a saúde!
Um
gasto recorde nunca jamais alcançado por nenhum governo. Isto se junta aos 2
milhões de universitários já assistidos pelo Pro-Uni, aos 26 novos campi
universitários, às dezenas de escolas técnicas, UPAS, novos hospitais, clínicas
de família que este governo fez em todo este tempo. O gasto com saúde e
educação ultrapassa em 49 vezes por ano o que o Governo gastou com estádios da
Copa do Mundo.
Ou
seja, os argumentos filosoficamente falando, são realmente falaciosos, são de
uma montagem tão superficial, que não resistem a um mínimo questionamento,
sequer econômico. O gasto com a Copa, sendo com estádios apenas 7 bilhṍes e os
restantes 21 bilhões com infra-estrutura permanente do país, vão ser
remunerados por uma receita que pode chegar a 150 bilhões de reais.
Todavia,
as projeções de retorno financeiro para o país durante e após o evento,
miraculosamente sumiram das páginas de jornais e revistas da chamada mídia
hegemônica, que lucra como nunca com o evento, repassando imagens e notícias,
mas finge que este dá prejuízo, porque quer lucrar ainda mais com a
desestabilização do país.
Teve
um amigo respeitável que disse inclusive que é contra toda e qualquer Copa do
Mundo, porque a Fifa é uma máfia. Tenho que confessar, QUE ESTE É UM ARGUMENTO
RESPEITÁVEL. Mas,
se este é o argumento, o certo não é protestar contra a Copa no Brasil, mas
contra a existẽncia de toda e qualquer Copa do Mundo. Uma coisa é certa em
lógica, ao escolher seus termos, você tem que ir até às últimas consequẽncias
nele. Se é contra o negócio Copa do Mundo, tem que ser contra toda e qualquer
Copa do Mundo. Mas não é este o argumento, os protestos são “CONTRA A
REALIZAÇÃO DE UMA COPA DO MUNDO NO BRASIL”. Ora, nestes argumentos sinto uma
espécie de “complexo de vira-latas”. Pelos números expostos, resta provado que:
1)
A Copa do Mundo no Brasil não é cara, o gasto EXCLUSIVO COM A COPA, é de apenas
7 bilhões. Destes 7 bilhões, só 3 estádios não são viáveis depois, todos os
outros são, e os particulares não recebem investimento público;
2)
Dos chamados “30 bilhões”, que viraram uma verdade absoluta (que agora passo a
chamar a falácia absoluta), e que na verdade são 28 bilhões, todos estes
valores são de valores de equipamentos permanentes no Brasil. BRTs, VLTs,
Metrês, vias expressas, aeroportos, portos, hotéis. Então não são investimentos
para a Copa, são o legado permanente;
3)
A Copa não vai deixar legado. Bem, esta não é a falácia, é a mentira mais
absurda de todas. Dos 28 bilhões, 21 bilhões são de instalações permanentes QUE
NÃO TEM NADA QUE VER APENAS COM COPA DO MUNDO. Todas as instalações ficarão em
pleno funcionamento, em todas as cidades, após a Copa. Espero que ao ler o
artigo e ao conferir os números no transparência Brasil, não repitas mais estas
bobagens.
4)
A Copa retirou dinheiro da saúde e da educação, Com verbas 49 vezes maiores do
que a dos estádios em um único ano, acho que ninguém vai mais repetir esta
baboseira, né? O problema da saúde no Brasil não é a Copa, muito menos o da
educação. Temos o paradoxo de termos em alguns lugares, verbas, o hospital e
faltarem médicos que não querem trabalhar no interior. Um paradoxo absoluto e
invencível e ser contra a Copa e ser contra os médicos cubanos no interior!
Outro paradoxo é reclamar contra o investimento da Copa pedindo mais
investimento em transportes... que foi o PONTO FORTE DOS GASTOS DA COPA!!!!
Bem,
se quer atacar o artigo, tens todo o direito, mas por favor, coloque argumentos
válidos, argumentos falaciosos ou mentirosos, termos deslocados, teoria do
perde-perde, números falsos, falsas oposições não são fortes o bastante para
refutar este artigo.
Muito
menos maniqueísmos do tipo “a saúde é uma merda”. Falar isto é uma reclamação,
não um argumento. Quer discutir o SUS, pegue números, pegue a distribuição de
hospitais, UPAS, clínicas da família, de verbas e façamos uma discussão séria.
Resmunguices de tia velha na janela não são argumentos e apenas alimentam um
movimento que não tem pauta, não tem direção, é contra tudo e contra todos e
não tem projeto para mudar o Brasil.
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