Para separar o joio do trigo




O arsenal de notícias de todos os dias nem sempre nos assegura o conhecimento dos fatos. Embaralham-se as cartas falsas e verdadeiras desorientando os leitores sobre a realidade e o que de verdade aconteceu.
No noticiário de ontem há notícias sobre Aécio e Lula, todas relacionadas à corrupção, tema que ocupa o centro das atenções da sociedade. Em um ambiente onde todos alegam inocência, nem sempre é possível distinguir o falso do verdadeiro.

Para se orientar é preciso ir além do texto, sair do particular para o geral, da parte para o todos. O conhecimento da realidade exige a compreensão do contexto, exige como diria o poeta, régua e compasso.

No que diz respeito à política, é preciso identificar as vertentes ideológicas, os compromissos e as atitudes dos homens públicos que disputam o voto na sociedade. O senador Aécio Neves foi candidato nas últimas eleições presidenciais de 2014. Derrotado, agiu com deselegância e partiu para a conspiração que resultou no golpe contra a democracia em 2016.

A deposição da presidenta Dilma, o tempo vem comprovando, foi uma ação entre amigos, buscando eliminar as investigações policiais que se aproximavam perigosamente dos operadores políticos, representantes do poder econômico. Uma vez instalados no poder, passaram a agir no sentido de se manterem ilesos, detendo as investigações e garantindo a impunidade de seus círculos.

No caso do presidente Lula, sua condenação sem provas, pelo juiz Moro é criticada pelo meio jurídico e político, no Brasil e no exterior. Tal condenação, no entanto, já era esperada, pois o magistrado paranaense demonstrou ao longo do tempo, pesos e medidas diferenciadas, quanto aos investigados. Adotando critérios diferentes dependendo da inclinação ideológica partidária dos envolvidos.

Para obter êxito, o processo de desmonte da democracia requer narrativas que façam sentido para o público em geral. Neste caso, a atuação de setores do judiciário e da polícia combinados com a mídia corporativa oferecem as condições necessárias para enredos próximos de séries televisivas que prendem a atenção do espectador. Estava lançada a sorte de nossa frágil democracia.

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