O primeiro a sair apaga a luz






Primavera nos trópicos é celebrada mas poder midiático permanece forte

Admirável mundo novo este, onde  teóricos pós-modernos, empolgados com as multidões em pé de guerra,  anunciam a primavera 2.0.  Como neocolonizados entusiasmados com as novidades embaladas pelos bons ventos tecnológicos, festejam o ocaso de antigas estruturas verticalizadas e anacrônicas, prontas para se dissolverem no ar. Perfeito, não fosse um pequeno detalhe: o império global nem pensa em se desfazer do poder que exerce com inegável controle , antes, prefere manter intacta sua hegemonia e força. 

Qual o antídoto para enfrentar tal poderio? Black Bloc e sua indignação mascarada não parece oferecer resistência e nem faz cócega no sistema, apenas entrega motivos para repressões e  recrudescimentos.

Entender que a construção de uma nova biopolítica será feita a partir das atuais engrenagens de representação, não é tão complicado assim. A construção de uma política de alianças traz consigo contradições e avanços, que ao fim e ao cabo , resultam em melhorias das condições de vida,  para quem está querendo recuperar as perdas após 500 anos de exploração. 

Se o processo para a superação da miséria, for o enfrentamento do tacape contra o canhão,  cabe perguntar quem irá para as ruas se o império resolver, de fato, mostrar suas garras? Sei não, mas alguma coisa me diz, que  os radicais kamikases de agora serão os primeiros a sair pelo aeroporto.

Salve-se quem puder. 

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