A outra posse de Dilma Roussef



Submetida aos mais agressivos ataques que um presidente no exercício do seu mandato poderia sofrer, Dilma Roussef, desde outubro de 2014, não conseguiu baixar a guarda. Encerrado o período eleitoral, seu partido, assessores e militantes desmontaram a estrutura de campanha, como manda a lei e o bom senso.  Mas seus adversários resolveram permanecer no palanque,  na esperança de promover o afastamento ou fazer sangrar a primeira mulher presidenta da república.

As forças conservadoras,  não se conformam com a derrota em mais uma eleição presidencial, a quarta, desde 2002, quando o metalúrgico Lula derrotou o economista José Serra. De lá para cá, estas forças seguiram com o controle de instituições públicas e privadas, mas com suas preocupações aumentando com a ampliação de políticas públicas distributivas e a retirada de milhões de brasileiros da linha de pobreza.

A última vitória de Dilma, de certa forma surpreendeu os opositores, era de se esperar que o intenso bombardeio dos oligopólios midiáticos criasse as condições para a vitória do candidato opositor, mas Aécio Neves não se revelou um candidato confiável para milhões de brasileiros que ainda guardavam na lembrança dos 8 anos do governo FHC. Além disso, ele não conseguiu convencer o eleitorado do seu estado de origem, Minas Gerais, onde foi vergonhosamente derrotado. 

O clima de confronto permanente, não ajuda o país a superar os problemas decorrentes da  crise econômica internacional. Desde 2008, o mundo vem sentindo os efeitos da depressão, mas a valorização do mercado interno adotada pelos governos Lula e Dilma, proporcionou uma estabilidade econômica que garantiu empregos e o poder aquisitivos dos salários. Agora o desafio do ajuste fiscal é o de criar as condições para o retorno do crescimento econômico, se alcançado os objetivos propostos pela equipe econômica, o governo se fortalece e estanca a crise política. 

Neste contexto, o discurso de Dilma, nesta terça-feira (13), no Congresso da CUT, demarca uma nova posse, denunciando a ação sorrateira dos golpistas e reagrupando sua base política em torno da garantia da manutenção e da ampliação de direitos e de defesa da democracia. 

"Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra?", indagou Dilma, para logo em seguida afirmar: "Lutarei para defender o mandato que me foi concedido pelo voto popular, pela democracia e por nosso projeto de desenvolvimento."

Dilma denunciou a tentativa dos opositores de promover o terceiro turno. "Essa tentativa começou no dia seguinte às eleições. Agora, ela se expressa na busca incessante da oposição de encurtar seu caminho ao poder, de dar um passo, um salto, e chegar ao poder fazendo um golpe, dando um golpe", concluiu a presidenta, que ressaltou seus 54 milhões de votos."





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