Brasil rompe com a sina do golpe

Após o suicídio de Getúlio Vargas, a população ataca carros do jornal O Globo 1954
         
  Em 2014, Cynara Menezes entrevistou Lyra Neto,autor de Getúlio - Dos anos de formação à conquista do poder (1882-1954. Na conversa, o biógrafo trata de uma teoria de Brizola, para quem o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954 adiou o golpe que se abateria sobre o Brasil 10 anos depois.

Para o ex-governador gaúcho, as mesmas forças que exigiam o afastamento de Getúlio do poder em 54, foram as mesmas que derrubaram João Goulart em 1964; " Até o pretexto de que Getúlio planejava instaurar uma república sindicalista se repetiu na deposição de Jango. Em um e outro caso, os mesmos udenistas e setores conservadores do empresariado e da mídia, entre eles, O Globo,  forneceram o apoio político-civil aos quartéis para derrubar um presidente constitucionalmente eleito."

Passados tantos anos, as mesmas forças continuem repetindo a fórmula de detonar a democracia para preservarem seus interesses. O que impressiona é a desinformação da classe média, que a torna presa fácil das armadilhas midiáticas,  demonstrando sua incapacidade de compreender a democracia como valor universal.

As tentativas de golpe revelam uma sina que se repete na história. É como  uma prisão no tempo, de onde não se consegue sair, amarras não identificadas e pressões diversas trabalham mais uma vez para destituir uma presidenta legitimamente eleita. A contrariar os interesses do golpismo, no entanto, uma diferença significativa: Dilma não pretende se suicidar, nem tem vocação para a renúncia, além disso, na defesa da democracia, estão os movimentos sociais e um partido de base, como o PT.  

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