As novas mídias e a pauta da crise

Neste domingo (03), o Ver TV deu um alento a quem procura informação nos meios televisivos. O programa transmitido pela TV Brasil, abordou a cobertura das manifestações políticas pela chamada grande mídia, em particular,  o o papel desempenhado pela Rede Globo no aprofundamento da crise política.

Entre os  convidados, o consenso de que a mídia não apresenta uma cobertura isenta,  se comportando como oposição ao governo, promovendo uma agenda negativa, sem espaço para o contraditório. Neste  contexto, a mídia independente e as redes sociais promovem o contraponto possível diante da hegemonia da mídia conservadora.

A massificação da tecnologia digital oferece a facilidade de comunicação para milhões de pessoas que antes se submetiam à ditadura do "um para todos" protagonizada pela mídia convencional.  O alcance proporcionado pela mobilidade dos smartphones favorece os movimentos sociais e amplia os espaços de participação de grupos que passam a contar com instrumentos poderosos de mobilização.

O poder da mídia eletrônica, no entanto, não é nada desprezível. A onipresença da Rede Globo pode ser observada nos bares e restaurantes que insistem em exibir a programação da emissora da família Marinho, gerando uma audiência forçada que se pudesse desligava a TV. Mas a mídia eletrônica não é a única vilã desta conspiração, a mídia impressa cumpre a função de rebaixar o jornalismo a um patamar jamais imaginado com o claro objetivo de estabelecer uma agenda negativa.

O enfraquecimento da mídia convencional não se resolve apenas com a obsolescência de sua tecnologia. Ela se viabiliza na medida em que as redes sociais e as novas mídias concorrem com a sua programação. Aplicativos como o Netflix e o Spotfy começam a incomodar as velhas empresas de comunicação. Blogs e sites independentes conquistam reputação e credibilidade junto a um público exigente e crítico que não se deixa mais iludir pelo conteúdo tendencioso da mídia conservadora. Além disso, a TV Brasil reformula a sua programação e amplia seu alcance junto ao grande público.

A luta é árdua, contudo, os últimos atos em defesa da democracia, repercutem de forma inesperada,  propagadas principalmente pelas redes sociais. Neste horizonte, é possível admitir a construção de um novo ambiente propício a um otimismo moderado. O governo, é claro, deve fazer a sua parte, buscando acertar a economia e a articulação política enquanto as mídias sociais repercutem os acertos

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