Fora do foco

A imprensa conservadora brasileira tem uma fórmula infalível para contornar notícias desagradáveis que contrariam interesses de patrões e anunciantes. Se a divulgação do fato envolvendo um aliado é inevitável, publique,  mais sem o estardalhaço que seria comum se o alvo fosse algum governista ou da base aliada.

Direcionar os refletores para os inimigos enquanto preserva os aliados é uma velha prática da qual os leitores doutrinados por anos de informações deturpadas não costumam dar muita atenção. Leitores adestrados sem paciência para reflexões mais aprofundadas, consomem com facilidades as linhas editoriais que se apresentam como imparciais.

Se a acusação envolve tucanos de alta plumagem como os envolvidos no mensalão mineiro, sem problemas: a mais nova fase da interminável Operação Lava Jato prende mais um petista,  garantindo o desvio de foco providencial com mais um político do PSDB é blindado. A tática acontece também na Argentina, onde o presidente Macri, citado no escândalo do Panama Papers teve seu escândalo abafado por uma intimação à ex-presidenta Cristina Kitchner. Lá como cá, os refletores sabem para onde devem direcionar suas luzes.

Comentários