A construção do ódio à política

No olho da tormenta, nem sempre conseguimos avaliar a extensão dos danos nas embarcações. Passado a votação vexaminosa da Câmara Federal aprovando o afastamento de Dilma Roussef pelas denominadas "Pedaladas Fiscais" o que restou foi um cenário de desolação com o esquecimento da política como instrumento de mudanças da sociedade.

Ao criminalizar a política, a velha imprensa contou com a valiosa colaboração de setores do Ministério Público, Polícia Federal e de juízes e promotores sedentos de refletores e partidários da concepção políticque idolatra o mercado e abomina o Estado. A construção do ódio à política serve aos interesses de uma elite que deseja  manter as estruturas que lhe asseguram privilégio e poder.

Nos últimos anos, desqualificar a política e os políticos tem sido uma constante na chamada grande imprensa. Acompanhado da disseminação de um pessimismo militante e um sentimento de inferioridade que atribui ao Brasil e aos brasileiros uma irresistível vocação para o fracasso.

Tal campanha sofreu um duro baque quando se organiza uma Copa do Mundo bem sucedida e uma olimpíada elogiada por atletas, turistas e os meios de comunicação de todo o mundo.

Ninguém vai esquecer  a cerimônia de encerramento das Olimpíadas e a cena apoteótica da imprensa internacional caindo no samba. As façanhas esportivas, a melhor posição do Brasil no ranking de medalhas e o saldo organizativo do evento, deixam os adeptos da  síndrome de vira-latas sem argumentos.

Sempre haverá, é claro, os que se deixam levar pela ladaínha da velha imprensa. A Folha de São Paulo já deu o mote: o mas, contudo, porém, todavia estão lá para não perder o vício de relativizar qualquer conquista brasileira. O texto de Juca Ferreira publicado nas redes sociais, no entanto, oferece o tom necessário para argumentar com os pessimistas de plantão.

Quem apostou no fracasso dançou.
Juca Ferreira
Foi assim nas Olimpíadas e será sempre assim daqui para a frente. O esporte preferido das elites brasileiras, o desmerecimento nacional, perdeu.
Perdeu como tem perdido todas para o Brasil dos Silva. Só leva se for na base do golpe, desrespeitando as regras.
As Olimpíadas deram certo e este sucesso está sendo celebrado esta noite numa cerimônia cheia de beleza, consciência e significados. A chuva e a alegria lavando a alma da gente. O Brasil dos Silva deu certo. Sim! Estas Olimpíadas nasceram pelas mãos de Lula, se viabilizaram com Dilma, foram realizadas e vencidas por atletas dos quatro cantos do Brasil, gente simples, a maioria beneficiários de programas de incentivo criados nos últimos 13 anos. A velha elite olha de lado, finge que não vê, mas é impossível negar.
O Brasil diverso, feito de contradições, cheio de mazelas e ao mesmo tempo altivo, competente, de bem com a vida se mostrou pro mundo e se olhou de frente. O mundo gostou do que viu. E o Brasil gostou de se ver.
Se viu potente na pele de Lulas, Isaquias, Rafaelas e outros silvas. Bateu no peito: periferia! Cerrou os punhos e ostentou: negro, índio, mulher, gay, pobre, nordestino. Diversidade nos define. Somos donos do nosso destino. Sabemos que podemos e esta liberdade ninguém nos tira mais.
Olimpicamente, ‪#‎ForaTemer‬


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