A quem interessa a criminalização da política?

Quem está nas ruas neste início do período eleitoral constata: parte da população, insatisfeita com as denúncias de corrupção, repudia não apenas os políticos, mas a própria política. Por incrível que pareça, muitos políticos aproveitam esta rejeição generalizada para construir seus projetos de poder.

É um direito do eleitor manifestar sua indignação e descontentamento com  quem se desvia da ética e pratica mal feitos, contudo, a generalização que toma conta de certos setores da sociedade produz mais danos do que soluções.

Alguém já definiu a política como a atividade que serve para encaminhar interesses para obter soluções, os segmentos economicamente mais privilegiados da população sabem disso e não deixam de se beneficiar com políticas de distribuição dos bens públicos via, por exemplo, os aumentos escorchantes das taxas de juros. Desta forma, se apropriam do Estado, privatizando os bens públicos para o seu próprio benefício.

O incrível nesta história, é como parcelas consideráveis da classe média caem nesta armadilha, compram as versões que interessam aos beneficiários das autênticas "bolsas juros". A partir dos instrumentos de dominação midiática, impõe o enquadramento mais conveniente para construir ou destruir reputações. Assim, promovem movimentos de combate à corrupção, elegem seus heróis de toga e  incentivam o uso do verde e amarelo para, habilmente, proteger dos olhos do público, os que lucram com a corrução e com a entrega da riqueza nacional para as potências financeiras internacionais.

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