A velha mídia, o golpe e a resposta das redes


Domingo é dia de eleição. Enquanto os candidatos lutam pelos votos, há os que preferem dispensar o direito de decidir e se anulam na decepção com a política e os políticos. As frases de revolta, ditas aqui e ali são sinais do desgaste que a exposição diária de falcatruas e desvios causam no inconformado público. Um silêncio constrangedor, no entanto, é mantido pela mídia, enquanto Temer, o Pequeno, retira dos pobres, premia os ricos e submete o país ao poder econômico internacional.

O descrédito na política fere a democracia, no que ela tem de mais importante: a participação popular, quem anula o voto, despreza a cidadania e esquece de exercer o dever da fiscalização permanente dos eleitos. Não acompanha e tem raiva de quem o faz. Este cidadão se julga bem informado pelas notícias que lê, escuta ou vê na televisão e nos meios de comunicação privados e irmanados na pesada tarefa de desacreditar no ofício da representação popular.

Para o público que confere credibilidade ao noticiário da velha mídia corporativa,  um aviso: desconfie, você está sendo enganado, feito de tolo por redes afinadas no discurso de que todo político não presta. Se você acreditou, está  pronto para o abate, com uma trilha sonora embalada pelo sucesso de Zé Ramalho, reconhecendo a vida de gado, de um povo marcado e feliz.

São justamente, os "esclarecidos de nossa sociedade", consumidores felizes de produtos como Veja, Época, O Globo, Estadão, Folha e congêneres que repetem as bobagens tantas vezes repetidas por gente como Merval, Leitão, Noblat e outros que se esforçam para manter a confiança de seus editores e patrões.

Quando as pessoas comuns entenderem a política como ferramenta, explorados e excluídos poderão alterar o rumo da prosa, ocupando os seus espaços e transformando a realidade, É compreensível, portanto, a reação de uma certa classe avessa à convivência em aeroportos e shoppings com legítimos representantes das classes populares.

Um dos pilares do golpe, o rentismo,  começa a demonstrar  o seu descontentamento diante dos efeitos da greve dos bancários, uma das mais longas da história. Duros na negociação, os banqueiros ameaçam apelar para a força bruta da polícia, com a finalidade de estancar seus prejuízos e interromper um movimento que se notabiliza pela capacidade de mobilização.

No dia em que Jandira Feghali retira o véu que encobre a verdade dos fatos e denuncia o papel chave da imprensa no processo golpista em plena Rede Globo de Televisão, é bom ficarmos atentos com a ofensiva conservadora que não poupa blogueiros e imprensa independente. Como alerta Luis Nassif em seu blog, o que está em jogo é a consolidação do Esado de Exceção com restrições severas à liberdade de expressão. Mais do que nunca as novas mídias e as redes sociais se articulam em defesa da democracia antes que se considere normal um país regido pelo arbítrio e repressão.


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