A nitidez que nos faltava

A vida vai fazendo sentido quando ligamos os pontos, quando relacionamos fatos, interesses e pessoas.

A vida vai adquirindo nitidez quando nos afastamos do objeto para compreendê-lo em toda a sua extensão.

O Brasil de hoje é um mosaico que precisa do olhar atento do observador para não se deixar embaraçar pelas tramas urdidas nas oficinas do poder. Como discernir o certo do duvidoso em terreno movediço?

Como não reagir com perplexidade quando o deputado federal Chico Alencar, sem nenhum constrangimento,  vai à festa do Noblat e beija a mão de Aécio Neves? Como não ficar atônito com o encontro entre Karnal e Moro, entre o pop star da filosofia tupiniquim e um juiz que exala perigosamente a essência do fascismo, que promove perseguição política e destruição econômica se constituindo como peça fundamental na engrenagem do golpe?

Como o deputado não faz a crítica e o reconhecimento do papel da imprensa e seus articulistas no golpe? Como dizer que Aécio Neves é do bem quando como candidato derrotado nas eleições de 2014,  deflagra a sabotagem que parou o país? O que leva o filósofo a acreditar que seus leitores não serão capazes de ligar os pontos e desconfiar das intenções desta conversa amistosa na atmosfera curitibana?


Para os navegantes, todo o cuidado é pouco, pois em tempos sombrios é preciso observar os contornos para distinguir cordeiros de lobos.

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